quarta-feira, 4 de junho de 2008

Os jovens não querem mais saber de informação com qualidade

Além do problema da falta de avaliação, Ronaldo Ronan Oleto percebe que os jovens estão acomodados com a situação de serem meros retransmissores de informações, sem o devido cuidado de absorvê-las. É o que acontece com os alunos que simplesmente copiam material da internet e entregam ao professor para se livrar dos trabalhos escolares: “Se esses dados são repassados diretamente para o papel a ser entregue ao professor eles não se tornaram uma informação e nem geraram um conhecimento. Ou seja, o aluno perdeu seu tempo em busca de nota (pontuação) sem o correspondente aumento do conhecimento. Enganou a si próprio. Quando ele, por outro lado, busca um texto ou artigo (dado) na internet, estuda-o e incorpora-o, consciente, ao seu trabalho escolar ele obteve informação relevante e aumentou o seu conhecimento. Cresceu pessoal e intelectualmente.”

O pior é que a turma que repassa a informação pode estar usando as fontes erradas. Esta é a preocupação do jornalista Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa, em “Referência fast-food”, na Revista Carta Capital, com o subtítulo “A qualidade de boa parte da informação oferecida pela Wikipédia, a enciclopédia das novas gerações, está abaixo da crítica”. No artigo ilustrado com dados incorretos ou duvidosos pinçados na Wikipedia, o jornalista questiona a relevância das informações oferecidas na fonte de informação mais usada pelos jovens estudantes. E lamenta a falta de critério na seleção do material: “gerações anteriores de estudantes de classe média usaram a Barsa, a Mirador ou a Larousse da família, às vezes até uma biblioteca. Copiavam, claro, mas ao menos tinham de ler o texto para passá-lo ao papel almaço com a caneta. A atual tem uma só referência e gasta menos tempo. Em “Só faço trabalho com Wikipédia”, comunidade do Orkut, uma usuária escreve: “No Google aparecem várias coisas e a gente não sabe qual está certa... Já na Wiki vai diretinho!” Outra responde: “É bom porque não precisa gastar tempo procurando, é só ir lá que o trabalho já está feito. O único trabalho é apertar Ctrl+c e Ctrl+v, mandar imprimir e acabou...” Estudar com base nos verbetes da Wikipédia é pôr em risco tudo o que se aprendeu, se não a sanidade mental. Uma advertência do ministério competente não estaria fora de lugar.”

A Revista Veja na reportagem “Todo mundo dá palpite”, relata a batalha constante dos editores voluntários da enciclopédia virtual para manter os artigos isentos e corretos, sem muito sucesso, também alerta que “a quantidade de intervenções transmite um aviso: não acredite em tudo o que você na Wikipedia”

· Índice do especial “A geração mais burra”

· Artigo completo Especial “A geração mais burra”

- ouça ou baixe a versão em áudio

1. A Internet cresce assustadoramente. Todo mundo quer acrescentar alguma coisa. Qualquer Coisa

2. Quem se importa em encontrar conhecimento na internet? Os jovens não!

3. Jovens desperdiçam tempo na Era da Informação com MSN, Orkut e blogs ao invés de conhecimento

4. Que é isso, professor? Os jovens estão ficando burros???

5. A cobra morde o próprio rabo, o excesso de informação prejudica o interesse pela informação

6. Com a falta de interesse pela informação de qualidade, os veículos de comunicação se concentram em dados irrelevantes

7. “Quem lê tanta notícia?” perguntou Caetano Veloso nos anos 60. Que diria hoje em dia???

8. A situação das empresas na era da informação – elas também sofrem

9. A angústia com velocidade da informação na internet vai piorar

10. Qualquer informação da Web serve? - os jovens não identificam mais informação ruim

11. Os jovens não querem mais saber de informação com qualidade

12. A web 2.0 empobrece a informação na internet

13. Mas, Professor Mark Bauerlein, talvez os jovens não sejam burros quanto o senhor diz

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Wagner Belmonte diz: