quarta-feira, 7 de maio de 2008

45% das pessoas utilizaram a Web para pesquisa de preço, mas 16% compraram um produto

Ainda demonstrando o quanto a internet está mudando os hábitos dos consumidores, pesquisa mostra que 45% das pessoas que já utilizaram a Internet fizeram pesquisas de preço de produtos ou serviços pela rede, e apenas 16% completou uma compra via Web. Este dado demonstra que a Internet já se consolidou como ferramenta para comparação de custos e levantamento da disponibilidade de bens e serviços, mas ainda não necessariamente para a aquisição desses.


A proporção de usuários de comércio eletrônico, ou seja, pessoas que realizaram compras nos últimos 12 meses, permaneceu estável entre 2006 e 2007, passando de 11% para os atuais 13%. Porém, neste período, ocorreu um expressivo aumento no percentual de usuários de comércio eletrônico nas faixas de renda e nas classes sociais mais elevadas. Considerando aqueles que possuem renda familiar acima de cinco salários mínimos, o crescimento no uso da rede para a aquisição de produtos e serviços foi de 13 pontos percentuais de 2006 a 2007, passando de 19% para 32%. Com relação à classe social, na classe A, a proporção de pessoas que realizou compras pela rede nos últimos 12 meses passou de 36% em 2006 para 52% em 2007.


Entretanto, a pesquisa indica que a proporção de pessoas da classe C que informou realizar compras pela rede se manteve estável, passando de 8% para 9%. Essa classe concentra o maior número de pessoas que já usaram a Internet. Em 2007, 52% das pessoas que declararam já ter navegado pela rede era da classe C, enquanto somente 3% era da classe A. Este fato sugere que o aumento da disponibilidade do micro crédito e da renda que vem se observando no Brasil nos últimos anos ainda não despertou o interesse das empresas de comércio online para este grupo de consumidores.

Produtos mais procurados na Internet

Os produtos mais populares entre os internautas em 2007 foram os equipamentos eletrônicos, como câmeras, telefones celulares e aparelhos de DVD, que correspondem a 41% dos bens adquiridos. Em segundo lugar ficaram os eletrodomésticos e produtos para a casa (27%), que em 2006 ocupavam a quinta posição na lista de produtos mais consumidos na rede.


Somente 10% do total de internautas que adquiriu produtos e serviços via Web declarou ter enfrentado algum tipo de problema no processo de compra pela rede, como tempo de entrega maior que o indicado ou entrega de produto avariado. A principal barreira indicada pelos entrevistados para a compra online foi a preferência por comprar pessoalmente, motivo alegado por 57% daqueles que já usaram a Internet, mas ainda não efetuaram uma compra online, o que indica que os maiores impedimentos para a ampliação do comércio eletrônico no país são a cultura e o hábito do brasileiro.


A proporção de indivíduos que já divulgou ou vendeu algum bem ou serviço pela internet em 2007 é ainda menor que a proporção daqueles que compraram pela rede: 4% dos internautas declarou ter efetuado alguma transação de venda. Além disso, esta proporção se mantém constante em relação a 2006. Mais uma vez, quando observamos as classes mais altas da população, o padrão de comportamento muda com relação à média geral. Se considerarmos a classe A, a proporção de pessoas que divulgou ou vendeu algum bem pela internet dobrou, passando de 7% em 2006 para 14% em 2007.


Habilidades com o Computador e a Internet


A pesquisa TIC Domicílios apontou que 49% da população brasileira já realizou alguma atividade ao computador, no entanto essa experiência não significa, necessariamente, que o equipamento foi usado como ferramenta de processamento de informações. Isso porque 47% dos entrevistados declararam ter habilidade para manipular um mouse, mas apenas 32% utilizou um editor de texto.


A proporção de indivíduos com habilidades frente o computador diminui conforme aumenta sua idade, e cresce segundo seu grau de instrução, classe social e renda familiar. "A explicação aparente para o fato de faixas etárias mais jovens saberem proporcionalmente mais sobre o uso da ferramenta tecnológica que as gerações mais velhas é a maior exposição ao computador nas escolas, lanhouses e cybercafés e a conseqüente facilidade de aprendizado no seu manuseio", diz Mariana Balboni.

Os dados são parte da pesquisa que mostra a evolução dos hábitos de consumo dos brasileiros pela rede e o nível de conhecimento da população com relação ao uso do computador e da Internet, assim como os fatores relacionados ao aprendizado dessas habilidades e sua relação com o mercado de trabalho. "Os últimos indicadores confirmam que os indivíduos das classes sociais mais altas e com maior nível educacional são os mais familiarizados e preparados para a utilização do computador e da Internet no dia-a-dia", explica Mariana Balboni, gerente do CETIC.br (Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação), responsável pela produção das estatísticas.

Para saber mais:

Comércio Eletrônico
Habilidades na Internet

Comprador pesquisa na internet antes de comprar carro novo

Todos os resultados da pesquisa estão disponíveis em

Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação.

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Wagner Belmonte diz: