segunda-feira, 28 de abril de 2008

Como lucrar com os vídeos de ‘How To’

ArtEstado

Vídeos 'How To'

Filmes no estilo ‘faça você mesmo’ tornam-se nova tentativa de internautas e empresas ganharem dinheiro na rede

Aprender como transformar uma lanterna em um laser
não é lá uma prioridade para a maioria das pessoas. Mesmo assim, um vídeo instrucional de Kip Kedersha que ensina, passo a passo, como realizar essa façanha já foi visto na web por 1.88 milhões de pessoas – mais do que a ilha de Manhattan inteira!
Ele possui uma biblioteca online de 94 vídeos de How To (“saiba como”), que vão desde como resfriar uma Coca-Cola em dois minutos, simular um ferimento causado por um tiro ou iniciar um computador rapidamente.


Muitos desses clipes vêm sendo visualizados milhares de vezes, colocando-o no topo do Metacafe, um serviço de compartilhamento de vídeos que remunera os autores dos filmetes mais populares. Em pouco mais de um ano, o site já rendeu US$ 102 mil a esse produtor de vídeos de 50 anos, que agora corre para capitalizar os seus vídeos. “Você nunca sabe quando algo desse tipo pode dar um passo a mais”, diz. “Eu prefiro pegar carona nessa onda logo.”
Os americanos sempre foram fascinados por vídeos instrucionais – há 25 anos, as fitas VHS de ginástica de Jane Fonda foram um sucesso tremendo no país. Essa fascinação agora migrou para a web, onde há virtualmente ilimitadas garantias de que há algo para todos.


Há todo tipo de dicas de “faça você mesmo”: auto-ajuda, cozinhar, de beleza, esportes e como tocar instrumentos musicais estão disponíveis na web em versões sérias, humorísticas e satíricas. Os internautas podem aprender a ninar um bebê, fazer plantas crescer hidroponicamente ou ensinar seu gato a usar o banheiro.


A maioria dos vídeos de How To tem curta duração, mas nem todos seguem essa regra. Um veterano australiano da Guerra do Vietnã criou uma série na web que demonstra, detalhadamente, como construir uma réplica do tanque de guerra Sherman, em seu tamanho original.


Muitos empresários do entretenimento estão torcendo para que essa onda criada por Kedersha não acabe tão cedo. Nos últimos dois anos, investidores vêm depositando dezenas de milhões de dólares em empresas novatas de faça você mesmo, como WonderHowTo.com, VideoJug, Howcast, ExpertVillage e Graspr – todas elas começaram no YouTube.


Além do mais, muitas produtoras tradicionais de entretenimento desse nicho, como a Martha Stewart living Omnimedia e a Scripps Network também estão disponibilizando na rede os seus conteúdos. Essas iniciativas também vêm atraindo executivos da televisão e veteranos e gigantes da internet, como Google, Yahoo! e MySpace.


Como toda tendência de internet, os lucros ainda são ilusórios para os realizadores independentes dos vídeos How To. Por enquanto. Os ganhos dessas pequenas produtoras de vídeos e dos especialistas, até agora, são o nome que eles vêm conquistando no mercado e a expectativa de que isso, no futuro, ajude a obter-se algum lucro. Mas também há muita gente que não pensa em lucrar com vídeos desse tipo, e só querem de divertir ou ganhar alguns minutos de fama virtual.


Para Meghan Carter, de 23 anos, os vídeos de How To oferecem a oportunidade de transformar o amor que ela possui por decoração em uma profissão. No começo de 2007, ela dirigiu por todo os EUA e entrevistou decoradores renomados que respondiam desde como criar um mezanino a deixar a sua casa ecologicamente correta.


Com o tempo, Meghan foi se sentindo mais confortável em frente à câmera e acabou virando a especialista. Desde abril ela está no YouTube com o pseudônimo Ask The Decorator (“pergunte ao decorador”). Seus 87 tutoriais incluem como fazer uma garrafa (81 mil acessos) e como dobrar toalhas sem deixá-las amassadas.
Ela está seguindo os passos de seu pai, Tim Carter, que há dez anos controla a franchise Ask The Builder (“pergunte ao construtor”), hoje um site popular e uma coluna presente em diversos jornais americanos.A pequena Carter sabe que tem um longo caminho para chegar nesse nível, e se diz otimista.
“Não é nada demais”, responde, sobre o rendimento publicitário que o YouTube divide com ela. “Mas não tenho dúvidas de que irei decolar em algum momento. Espero que em três anos tenha uma grande quantidade de vídeos que irão nos ajudar a dar ao nosso trabalho um lucro substantivo."

 

Fonte:

Miguel Helft - The New York Times em Caderno Link - Estadao.com.br

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